Posted by : CanasOminous 5 de ago. de 2016

Aquele dia estava acabado para ela, mas por outro lado sua amiga ainda sentia no peito a ansiedade de uma jovem que encontra seu primeiro amor. Em um guardanapo mal dobrado da sorveteria foi deixada uma simples mensagem: Encontre-me na Rocha do Wailmer. E ela não pretendia deixa-lo esperando por muito tempo.
— É. Tudo bem. Já entendi. Vai lá com seu novo amiguinho — Kai resmungava irritada, pois nunca conseguia esconder algo que a frustrava.
— Não diga isso! Vai me fazer sentir-se culpada — Miliani tentava contestar, mas a verdade é que ela não parava de olhar para o sol para ter uma noção de que horas eram e se conseguira chegar à Rocha há tempo. — Por um acaso você olhou ele com atenção? O Dylan é bonito, forte, estrangeiro, gosta de surfar e já viajou o mundo! Ele é de Hoenn, uma das minhas regiões prediletas, e aposto que já enfrentou grandes treinadores.
— Ou é só um moleque mimado que gosta de ficar passeando com o dinheiro do papai — respondeu Kai, sarcástica.
Kailani continuava sentada na beirada da ponte que separava o vilarejo da rua da casa de sua amiga, como se esperasse o tempo passar de propósito. Hal caminhava pela areia procurando pedrinhas e atirando-as no oceano para que o Popplio fosse busca-las, enquanto o pobre Iwanko se afogava nas ondas e voltava chorando.
Miliani olhou para o sol que já se punha, e se não terminasse aquela discussão logo, ficaria sem seu príncipe.
— Você vive dizendo que eu deveria ser mais romântica — ela falou baixinho. Sua parceira levantou-se, mas teve de se segurar para não pular em cima dela.
— É. Romântica comigo. Não com um cara que você conheceu em menos de vinte e quatro horas e já pensa em casar! Ele pode estar planejando algo ruim contra você, quanto quer apostar que ele só pensa no seu corpo?
— Ah, mas você viu aquele tanquinho?
— E daí? Eu também tenho tanquinho — Kai levantou a camisa e mostrou seu corpo de atleta. Porte invejável. Mili corou de vergonha e pediu para que ela tampasse o abdômen o quanto antes.
— Só que o dele é diferente...
— Não foi isso que você disse noite passada.


— Viiish! Toma esse Burn Heal, Mili!
— Cuida da sua vida, Hal.
— Tudo bem, acho que é hora de irmos embora mesmo — o garoto deu um fim na conversa ao perceber que ela já estava indo longe demais.
— Você está certo, Halzinho. Sua irmã já é bem grandinha e sabe o que quer da vida, deixe ela quebrar a cara e depois voltar correndo para meus braços. Só não sei se vou recebê-la com o mesmo carinho.
Mili virou a cara e Kai bufava de raiva. As duas ficaram de costas uma para a outra, precisando de um tempo para respirar e assimilar tudo que acontecia tão depressa. A moça de cabelos prateados sempre tentava esconder o rosto debaixo da franja quando ficava triste, ela levava a mão até a boca e continha alguns soluços, e sempre que essa cena vinha à tona Kailani se lembrava do dia em que vira sua melhor amiga chorar sozinha pela morte dos pais e ela nada podia fazer além de oferecer sua companhia — que já era a melhor das ajudas.
Foi Kailani quem virou-se primeiro e correu em sua direção, abraçando-a pelas costas com tanta força que chegou a machucar.
— Ah, Mili! Não consigo sequer pensar em deixa-la sozinha nesse mundo! Foi mal por ser tão ciumenta, mas também não quero suas desculpas por achar que alguém possa cuidar de você melhor do que eu. Você é minha. Se acha que um cara consegue fazer o que eu não consigo, então tudo bem...
— Não é nada disso, Kai... O Dylan é bacana e faz meu coração acelerar, mas você é a melhor para mim, e meu coração bate por você, consegue entender a diferença?
As duas ainda estavam abraçadas quando Mili fechou os olhos e se entregou completamente a ela.
— Não é um encontro... Somos apenas amigos.
— Vou fingir que acredito nisso. Por hora. Mas se esse desgraçado a roubar de mim, saiba que nunca irei perdoá-lo.
— Não irá. Cuide do Hal só até eu voltar! Te amo, viu?
Miliani despediu-se com um beijo suave na bochecha e saiu correndo pela praia. Ela nunca dizia que amava alguém sem que realmente sentisse isso, era uma palavra importante para demais ela. Sua saia balançava leve como a brisa, sua pele era como bronze debaixo do sol e seus cabelos refletiam todas as cores do céu. Ela era como um anjo, uma luz que escapava por entre os dedos da mão, e Kailani sentiu que, mesmo por um breve instante, nunca a teria para sempre.
— Agora o que tenho é um garoto levado, um cachorro babão e uma foca circense — ela olhou para baixo em direção de Hal.
— E precisa de mais alguma coisa?
Kai bagunçou o cabelo da criança, e mesmo que não fosse sua irmã ou tivesse alguma relação de sangue, Hal sempre a veria como parte de sua família.
— Não preciso de mais nada, meu querido. O que acha de passar em casa? Vou te mostrar uma fita de uma banda nova que conheci esses dias, você vai se amarrar!


A Rocha do Wailmer recebia este nome por ter o curioso formato de uma enorme pedra redonda, mas seu tamanho era tão descomunal que deveriam tê-la apelidado de Rocha do Wailord. Mili subiu a escadaria de pedras feita para que os turistas escalassem com segurança e surpreendeu-se por encontrar o local sem movimento, o que era bem raro.
Dylan a aguardava sentado sobre sua prancha na beirada da rocha e virou-se na mesma hora que ouviu alguém chegar.  Ele ergueu-se num pulo e caminhou em direção dela. Miliani sentiu seu coração palpitar. Não sabia o que aconteceria na sequência, Kailani achava que nunca se pode confiar plenamente em alguém que acabou de conhecer, mas a mente conturbada de Mili pensava se teria filhos com ele, se seria um bom marido ou se ele gostaria de ouvir as histórias sobre o povo patético de uma vila desconhecida na região de Alola. Tudo em uma fração de segundos.
Quando os dois ficaram de frente um para o outro, Dylan coçou o cabelo.
— Eu percebi que esqueci de pedir o seu endereço.
— Ah. É verdade. É na Vila Melemele, cabana 17.
— Valeu.
Um breve silêncio tomou conta da rocha.
— Era... só isso? Você pediu para eu me encontrar com você aqui na Rocha só para saber meu endereço? Por que você não pediu na hora? Eu também sei escrever em guardanapos.
— Claro que não! — Dylan sorriu e foi até a beirada, convidando-a a unir-se a ele e apreciar a vista. O pôr do sol estava radiante e nenhuma nuvem cobria o céu. — Digamos que eu precisava de uma desculpa para vê-la de novo. Foi a primeira coisa que pensei. Estou adorando Alola, pois o clima lembra muito minha terra em Hoenn.
— Você pegou a temporada de inverno. Experimente voltar no verão.
— Com certeza irei! E a propósito, eu estava até pensando aqui, será que vocês não teriam interesse em passar alguns dias comigo? Minha família adoraria recebê-los, estamos alojados em uma casa de verão aqui perto e poderíamos ter mais tempo para nos conhecermos melhor, pegarmos umas ondas e tudo o mais. Você e seu irmão devem passar por tempos difíceis.
— O que quer dizer?
— Bom, é que... Sei lá. Eu só quero o melhor para vocês, entende? Eu meio que sinto pena.
Miliani sentiu-se profundamente ofendida com aquelas palavras.
— Pena? Pena de mim? Porque não tenho mais meus pais? Por ter que cuidar do meu irmãozinho sendo que não consigo nem tomar conta de mim mesma? Por ter de trabalhar duro e às vezes faltar dinheiro? Não sinta. Isso é o que acontece na vida da maioria das pessoas nesse mundo, sem grandes surpresas. Nem todos estão fadados à ser grandes.
— Pelo menos vocês vivem no paraíso, não é? Algo deve compensar.
Ela voltou sua atenção para o sol que já estava para desaparecer por trás do oceano, e não sentiu absolutamente nada.
— Já assisti esse pôr-do-sol tantas vezes que ele não significa mais nada para mim.
Dylan ouvia as palavras dela com atenção. Conhecera uma MIliani bela e feliz na sorveteria, mas por um instante teve um vislumbre de uma garota triste e preocupada com os problemas que a vida coloca entre nós; e isso só aumentou sua vontade de ficar ao lado dela.
— Sei que você vai me achar estranho depois do que vou falar, mas quando eu vi pela primeira vez no VaniDelluxe, mesmo que de longe, todas as palavras simplesmente sumiram da minha boca. Eu só conseguia olhar bem fundo nesses olhos azuis como safiras, e pensar em nada, além de você.
Mili deu um sorrisinho de canto, mas preferiu não responder.
— Não sou a primeira pessoa a elogiar seus olhos, não é? — perguntou Dylan.
Ela fez que não com a cabeça. E realmente, era uma mulher linda, já deveria ter ouvido elogios suficientes para sua vida inteira.
— Olha, me desculpe — Dylan recomeçou. — Acho que estou falando tanta bobeira que nem me dei conta de que poderia estar invadindo sua privacidade... Devo ter passado uma primeira impressão horrível, onde já se viu, marcar um jantar romântico e falar de assuntos tão pessoais! Desculpe, sou apenas um cara ordinário que na maior parte das vezes tenta agradar, mas tenho o terrível defeito de tentar sempre me mostrar para os outros. Estou tentando corrigir esses problemas, eu juro. Inclusive, eu estava até pensando, ao invés de um jantar à luz de velas porque não fazemos um almoço, então? Algo simples, sem compromisso. Levo até o Iz para não ficarmos a sós, nos divertimos com seu irmão e posso ensinar ele a surfar. Uma tarde entre amigos, o que me diz?
Miliani encolheu os ombros e pensou no que deveria responder. Se ficasse quieta o tempo todo ele falaria sozinho e nem se daria conta. Por um instante achou que sentiria medo dele, mas no fim das contas Dylan era mesmo um cara normal como qualquer outro, alguém que também busca um pouco de carinho e atenção.
Ele ficou de pé e ajudou a moça a levantar-se.
— Sábado às duas horas, Vila Melemele, Cabana 17, confirmado?
Mili fez que sim com a cabeça. Ainda ficava meio sem jeito perto dele, mas esperava em breve conseguir se soltar. Vê-lo sorrindo em sua frente só lhe dava a sensação de aconchego, queria poder abraçá-lo e alimentá-lo todos os dias, sentir seu calor, crescer, aprender e errar ao lado dele.
          — Não vai se esquecer, não é?
          Dylan abriu um sorriso enorme em resposta.
— Jamais. Te espero lá!


Mili arrumava o abajur de Lanturn na sala há quase meia hora. Olhava para o objeto de longe e não gostava do resultado, tentando coloca-lo em outro lugar. Kailani já estava tão cansada de vê-la fazendo a mesma coisa que soltou um berro:
— Dá um tempo dessa merda e vem aqui sentar comigo!
— M-mas o Dylan vai chegar a qualquer instante — respondeu Mili, olhando para o relógio de Klink na mesinha de centro. — Eu preciso que tudo esteja em ordem, quero causar uma boa impressão.
— Querida, você está arrumando essa casa desde as oito horas da manhã. A comida está pronta, e você fez a melhor receita com frutos do mar da sua família. Até colocou o coitado do Hal pra fora! O pobrezinho agora está brincando com o Dia e a foca que ainda não sei o nome. Por que não sossega e fica quieta aqui comigo? Ouvimos uma música tranquila, juntinhas, e eu faço uma massagem daquele jeito que você adora — Kailani deu uma piscadela. Uma oferta irrecusável.
— Tudo bem...
Assim que Mili sentou-se no sofá para relaxar, a campainha tocou. Ela levantou-se com tanta pressa que acabou acertando o nariz da amiga na subida, Kai se jogou no chão resmungando e Mili não soube se buscava um pouco de gelo ou se atendia a porta.
Acabou optando pela porta. Deu uma última conferida na flor que colocara no cabelo e na maquiagem, e assim que a abriu, deu de cara com dois sujeitos que não se pareciam em nada com Dylan e Izrael. Um deles era bem magro e esguio, tinha uma cabeleira afro e os óculos escuros mal cabiam no seu rosto, o outro era tão grande que não dava para ver o restante da cabeça dele pela porta. De fato, não eram nem um pouco parecidos.
— O que desejam...? — perguntou Miliani, desconfiada.
O magrelo olhou para dentro da casa e viu alguém se contorcendo no chão com a mão no nariz.
— Tá tudo bem aí, tia?
— Ah, sim, claro! Tudo em perfeita ordem — Miliani suava frio, imaginava seo motivo daqueles estranhos terem parado ali era por conta da gritaria na casa, o que a fez sentir-se profundamente constrangida. De repente eram os novos vizinhos e não tivera a oportunidade de se apresentar.
— Ika, Uko, até que enfim vocês chegaram! — gritou Hal da varanda, indo correr para recebê-los.
Ika fez movimentos engraçados com a mão e eles se cumprimentaram várias vezes como se fizessem um aceno secreto. Dia latia agitado e até mesmo o pequeno Popplio já parecia conhecê-los. Miliani não fazia ideia do que estava acontecendo, mas tentou agir como a boa anfitriã que era.
— Oh, vocês se conhecem! Isso é ótimo.
— São eles os amigos que eu convidei para vir almoçar aqui em casa no sábado, lembra?
— Claro. Vem aqui só um instantinho — Mili puxou seu irmão para dentro da casa e fechou a porta. — O que raios está acontecendo aqui e quem é essa gente esquisita aí fora?!
— Eles são o Ika e Uko, e nos conhecemos do Esconderijo! Eu te avisei na quinta à noite que queria trazer uns amigos para comer pizza em casa, e você deixou, tanto é que a vi preparando alguma coisa com cheiro delicioso na cozinha. É pizza?
— Não. E aquilo é pro Dylan e o amigo dele!
— O Dylan e o amigo dele também vão vir?
— Vão.
— Vish.
Miliani abriu a porta e forçou seu melhor sorriso, convidando gentilmente as visitas a entrarem e ficarem à vontade.
Kailani estava sentada emburrada com seu nariz ainda bem avermelhado. Agora ela e sua amiga compartilhavam um sofá na sala, e do outro lado Ika e Uko se espremiam enquanto Hal estava sentado no chão brincando com seus Pokémon sobre o tapete de Stunfisk.
— E aí, guri. Como é que o Boz tá se comportando? — perguntou Ika, rompendo o silêncio.
— Muito bem. Descobrimos que ele têm habilidades artísticas, gosta de encenar mortes e manda muito bem com coreografias! — respondeu Hal.
— Boz?  — resmungou Kailani.— Esse é o apelido que vocês deram?
— Boz de Bozo — assentiu Uko, contente.
— Fala sério, é horrível.
Uko fez uma cara tão triste que parecia poder chorar a qualquer instante, e Kai sentiu-se profundamente culpada por isso. Ika coçou seu bigode. Não gostava quando alguém criticava suas ideias.
— Beleza, vamos mudar então. Acabo de ter um insight das alturas, e decidi criar uma mecânica chamada “Name Rater”, onde apenas pessoas com um registro oficial terão autorização para realizar a mudança do apelido em seu companheiro Pokémon!
— Isso é... sério? — perguntou Mili. — Quem em sã consciência precisaria de permissão para mudar o apelido do seu Pokémon?
— Eles são tipo humanos, bicho! Tu pode chegar e mudar seu nome pra Godofredo ou Marinalva neste exato instante? Não, não pode, tem que ter registro. Ouça o que eu digo, irmã do Hal, tu ainda vai ver isso se espalhando pelo mundo inteiro! — Ika ficou de pé enquanto movia suas mãos na altura da cabeça, como se estivesse prestes a iniciar um ritual. — Calma aí... Calma aí... Tô recebendo uma mensagem dos céus... Hmmmm... Irado. Esse é bom demais. Mas não. Hmmmm... Tem que ser outro. Tem que ser perfeito.
Kailani não fazia ideia do que aquele sujeito esquisito pretendia fazer, mas segurava-se para não rir. Mili tinha medo dele começar a acender velas pela sala e iniciar uma dança macabra. Subitamente Ika deu um salto e caiu bem de frente ao Popplio, pegando-o no colo.
— CHEFE! Seu nome agora será Chefe, porque Boz lembra Boss, que também significa chefe numa língua estrangeira ancestral.
— Chefe é bem legal — confirmou Hal.
— Melhor que Boz — Kailani também riu. — Boz me lembra outra coisa que não é nada legal...
A campainha tocou, e dessa vez Miliani teve certeza de que era Dylan e seu amigo. Foi correndo abrir e no instante que o viu ali parado ali foi como se o conhecesse pela primeira vez. Os dois ficaram em silêncio, apreciando os detalhes um do outro através de sorrisos e piscadelas até que Izrael entrou na frente do amigo e retirou a flor da cabeça de Miliani.
— Caraca, lírios azuis! Esses são bem difíceis de cultivar.
Dylan pigarreou, estufou o peito e esforçou-se para retomar a classe.
— Bem, eu disse que iria trazer o Iz. Ele estudou botânica e se amarra num bom Pokémon grass-type pra acalmar as ideias. Eu trouxe alguns lírios para você, eles não são azuis e nem raros, mas creio que vá gostar.
— São lindos — Mili sorriu, pegando o lírio de volta e colocando em seu cabelo enquanto segurava o buquê com a outra mão. — Entrem. Fiquem à vontade. Só não... reparem na bagunça.
Não havia sinal da limpeza feita ainda naquele dia. Dia corria loucamente pela sala e latia sem parar, Uko brincava de arremessar Hal no sofá e o desafio era não quebrar nenhuma parte do corpo, já Ika se divertia com o fato de Kailani ser mais musculosa que todos naquela sala juntos.
Izrael mastigava uma planta no canto da boca, mas deixou-a cair quando viu a cena.
— Sejam bem vindos. Só não me pergunte o que está acontecendo aqui, já faz alguns anos desde que perdi completamente o controle da minha vida — brincou Miliani.
— Maluco, eu não sabia que você ia convidar mais gente! — exclamou Dylan, ainda em estado de choque. — E, tipo, admito que é meio estranho dar de cara com dois negões desse tamanho na casa da garota que você gosta.
— Heh, heh. É. — Mili falou entre os dentes. — Mas eles são os amigos do meu irmão e, bem... vão ficar para almoçar, caso não se importe. Só acho que não preparei comida para tanta gente.
— Sem problemas. Eu posso pedir uma pizza pra acompanhar — sugeriu Dylan.
Ika e Uko pararam a brincadeira no mesmo instante ao ouvirem a palavra sagrada ser pronunciada. Eles disseram praticamente em conjunto:
— Alguém disse... PIZZA?!!

Miliani teve de procurar mais uma mesa para que todos pudessem sentar-se juntos, trouxe mais pratos e copos que ficavam no fundo da estante pegando poeira, porque já não se lembrava da última vez que recebera tantas visitas — provavelmente desde seu último almoço em família.
Dylan ligou para o lugar mais próximo e pediu cinco pizzas de pepperoni para acompanhar os pratos principais. Nenhuma pizzaria estava aberta às três da tarde, então acabou tendo de pedir numa padaria mesmo. Quando a comida chegou, só faltou convidarem o entregador também. Todos se sentaram à mesa e Kailani ajudou sua amiga a trazer as panelas e servir os convidados primeiro. Ika e Uko faziam piada e batiam os talheres na mesa, Dylan não estava bem acostumado à simplicidade do povo de Alola, mas recebeu muito bem a culinária e os cuidados prestados. A paella era uma receita clássica da região, e Hal não via alguém preparar o prato há pelo menos uns dois anos. Era seu preferido: lula, camarão, peixes exóticos, alguns maricos e com o tempero na medida certa. Tudo parecia delicioso e o dia estava tão agradável que nada poderia dar errado, nem mesmo nas histórias mais pessimistas.


Hal estava para dar a primeira garfada quando Ika o interrompeu, levantando o braço e pedindo atenção de todos.
— Podemos dar as mãos e fazer uma oração para agradecer o Senhor pela comida?
Dylan já estava com a boca cheia quando olhou para Miliani, como se à espera de uma explicação. Ele era ateu. Ela também não era religiosa, mas acreditava em muitas coisas e já ouvira histórias sobre Arceus e outras criaturas divinas, mas não queria ser grosseira com as visitas. Esticou a mão para Dylan que segurou-a pela primeira vez, e só aquele gesto fez tudo valer a pena. Em sua frente, por algum motivo, Kailani o fuzilava só de olhar.
— Fechem os olhinhos agora — Ika pediu de maneira educada.
Hal achou a cena engraçada porque não dava para saber se seus amigos realmente estavam de olhos fechados por causa dos óculos escuros que eles usavam em qualquer lugar e a qualquer hora do dia. Quando todos fecharam os olhos, Hal decidiu dar uma espiada, só para ver como cada um deles se comportavam. Foi então que Ika começou:
— Querido papai que está em algum lugar desse enorme universo. Obrigado pela vida, pela comida boa, por essa gente tão maneira que mal conheço e já considero pacas. Obrigado por tudo. Obrigado por dar a criatividade ao homem que criou a pizza e o pepperoni, e principalmente ao cara que certo dia decidiu juntar os dois e criou essa maravilha que estás hoje em nossa mesa.
— Ô, glória — falou Dylan ainda de olhos fechados, recebendo uma forte cotovelada de Mili para que ficasse quieto. — Desculpa, seu peixe também está delicioso.
— Shhhhhh!
— Foi mal.
Ika deu continuidade à oração:
— Desculpa pelos erros que cometemos, por mais que a gente tente fazer as coisas certas, nem sempre o certo é o suficiente, mas prometemos melhorar. Fazemos nossa parte da melhor maneira possível. Queremos ser pessoas melhores todos os dias, até quando bate aquela tristeza e temos a impressão de que tu esqueceu da gente... Mas eu sei que não. Tu só é ocupadão. Deve ser difícil cuidar do mundo inteiro ao mesmo tempo, mas obrigado por tirar nem que seja um pouquinho desse seu tempo precioso pra cuidar de mim e dos meus amigos. Obrigado por cuidar de cada um de nós ao seu jeito, papai. Obrigado por não esquecer da gente. Amém.
Era a primeira vez que Hal ouvia uma oração tão sincera. Não entendia muito do que as pessoas falavam na igreja na época em que seus pais o obrigavam a ir, achava tudo muito monótono e repetitivo, às vezes tinha a impressão de que eram preces automáticas e pré-programadas para uma criatura suprema que carece de ser louvada, e não entendia por que agradecer por algo se tal criatura já tinha tudo. Não se sentia grato por muita coisa, achava que a vida já fora cruel o bastante roubando seus pais, mas pela primeira vez soube que era grato por uma coisa.
          Terminada a oração, todos sorriram um pouco sem graça e finalmente encheram seus pratos de comida. Ika e Uko comiam como se não houvesse amanhã,  o queijo transbordava de suas bocas e nunca faltava refrigerante em seus copos. Dylan teve de repetir o prato e Miliani encheu-se de orgulho por ver que não sobrou praticamente nada de sua comida. Kailani conseguiu comportar-se na frente das visitas, até mesmo trocou algumas palavras com Dylan e seu amigo Izrael sobre os costumes da ilha e uma trilha nas montanhas voltada para os apreciadores de esportes radicais. Uma música agradável tocava no fundo, no melhor estilo tropical de Alola. O som das ondas incessantes lá fora e o sol fraco traziam paz e aconchego. Dia usava seu fofura no nível máximo para conseguir um pouco de comida, nem que fosse a borda sem recheio de uma das pizzas. O Popplio andava ao redor da mesa, agitado com o barulho e tanto movimento, pois também adorava ouvir risadas e gente conversando, por mais que não entendesse o que significava.
          Foi então que Hal soube, olhando ao redor, que tudo de mais especial estava reunido num único lugar. Seus amigos, Pokémons, sua casa — eles eram sua família. Era tudo que tinha, não precisava de mais nada.
E percebeu que era um dos momentos mais felizes de sua vida.


   

{ 19 comentários... read them below or Comment }

  1. Só vi aqui para pegar um meme do Burn Heal

    '' Donnel Learned '' Toma esse Burn Heal '' ''

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    1. Donnel me ensinou a zuera das pacas.
      Donnel pode tudo kkkkkkkkkkk

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  2. Mais um Capitulo maravilhoso! :3

    Eu gostei dessa ''critica religiosa'', é pura realidade.
    Eu aqui só vejo velhinhas nas igrejas só para ver qual a roupa e sua cor que a vizinha está usando naquele dia e outras coisas semelhantes. No sitio onde eu vivo todos são muito ferrados á religião católica, mas aquilo que eu vejo é apenas pessoas falsas que vão por obrigação e que nem acreditam em Deus. Eles vêem fé onde ela nem existe...

    Eu nasci numa família católica, eu admito que nunca fui de ir para igreja, eu acredito que todos temos liberdade para acreditar naquilo que queremos e escolher a nossa própria religião...
    Eu acredito em coisas consideradas muito macabras para os católicos, e a religião que eu quero aprender e ser é praticamente ''proibida'' em todos os locais...
    E por vezes parece que essa liberdade de religião que dizem existir nem existe, os seus personagens mesmo não acreditando acabaram por rezar realmente por respeito, foi um gesto muito bonito, e até mesmo Hal aprendeu algo com a situação, se na vida real uma religião aceitasse também a existência de outra, algo muito difícil, muita coisa ia mudar na minha opinião... Em vez disso ficam é em guerras, praticamente todas as guerras que eu vejo e conheço são porque uma religião quer ser suprema a outra ou algo relacionado com crenças.

    Em fim... este é um assunto muito complicado, que podia ficar horas conversando, já que eu tenho muita opinião sobre, mas vou parar por aqui senão iria ver para ai mais de 5 comentários meus kk


    Que tipo de Easter Egg tem nesse Capitulo? Por algum motivo uma ou duas frases lembraram pessoas de comentários que eu vejo por ai ou até mesmo personagens de outros universos kk Ou é apenas coincidência?

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    1. Hey, Shii! Obrigado por continuar acompanhando minha jornada por aqui :3 Ah, já frequentei algumas igrejas em minha cidade e ouvi muitas coisas ruins... Creio que esse trechinho no final tenha vindo justamente de minha experiência, e gostei muito de ver que foi o que mais chamou atenção dos leitores, mais do que a trama simples de um almoço em família ou as zoeiras. É aquele momento que percebo como minha escrita mudou, hoje não sou mais muito bom em falar sobre o Mundo Pokémon como ele é, mas estou sempre em busca de alguma lição para a vida das pessoas!

      Falar de religião é assunto que sempre tento evitar, provavelmente porque a minha mente mesmo é uma bagunça e nem eu sei no que eu acredito! Não me pergunte como é que farei isso no livro do Matéria! É difícil demais criar uma religião do zero, vou ter que estudar muito essas questões filosóficas antes de progredir com a história, sorte que só precisarei voltar para esse assunto lá pro terceiro livro, e temos muito tempo até chegar lá.

      Ah, o easter egg mais clássico foi das pacas e nosso amigo Donnel, né! kkkkkkkkkkkkk Mas só estou me lembrando desse no momento, não me recordo de ter colocado algum outro... Bem, acho que é isso!

      E a propósito, não pude deixar de ver seu comentário lá no Aventuras em Kanto sobre Pokémon GO. Você é Team Valor? ME ABRAÇA! ♡ Eu amo a Candela de todo coração e já estou com meu time tentando conquistar o maior número de ginásios possíveis! kkkkkkk

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    2. Criar uma religião é muito difícil, eu estou perdida no meio de ideias, deuses... E sei lá o que mais, por enquanto estou usando apenas uma religião, algo parecido e muito ligado com bruxaria/Wicca, porque de acordo com as minhas pesquisas e com aquilo que eu acredito fica mais fácil, simples de trabalhar! kkk É claro que vou ter cuidado com muitas coisas e vou evitar uma ''religião perfeita''...
      Tratar de assuntos de religião, eu não estou com medo, é explorar uma área onde poucos se atreveram a explorar e assim fica algo diferente e interessante na minha opinião. Possivelmente vou receber muita critica pela grande ligação a uma ''religião proibida'' mas ai é que vão dar mais valor/razão a meus ensinamentos!

      O outro suposto Easter Egg que eu encontrei foi esse:
      ''Izrael mastigava uma planta no canto da boca, mas deixou-a cair quando viu a cena.''
      Tipo... Isso lembrou uma das minhas personagens, aquele com capuz e capa negra, que não dorme, tem olhos negros e um nome de velho... o Valter! kkk, provavelmente foi muita coincidência! (muitas pessoas mastigam plantas por ai...) O comportamento do meu Valter é por vezes praticamente igual a esse que o Izrael mostrou ai nessa cena :3

      Como é que eu não ia escolher Team Valor? Team Valor é fogo, é Moltres, eu amo Moltres, eu amo Pokémons de Fogo, Fogo é Reshiram, fogo são Dragões!

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    3. Ah, nossa, eu tinha me esquecido dessa parte da plantinha! Admito que cheguei a pensar no Valter quando descrevi a cena da plantinha kkkkkk Só que o Izrael é só um personagem secundário, um cara tranquilão do campo que gosta de estudar plantas, e o Valter é bem mais maneiro! Algumas pessoas não gostam muito que seus personagens sejam comparados, mas se por você não há problema então digamos que foi um easter egg discreto para Dreamian, sim kkkk :)

      #TeamValor FOREVER! Já está em qual nível aí, Shii? Faz muito tempo que chegou em Portugal? Aqui no Brasil mal completou uma semana e estou jogando TODOS OS DIAS, parei até de escrever minhas histórias para sair pelas ruas e me divertir com os amigos kkkkkkkk O jogo está bom demais, e viciante, o Brasil inteiro parou pra jogar! Depois que a onda abaixar vou tentar rascunhar um desenho da Candela, e quem sabe fazer tirinhas. Até as igrejas estão falando do jogo, é a febre de Pokémon voltando!

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    4. Eu até gosto de comparar personagens, eu acho divertido e interessante ver varias ideias semelhantes em personagens muito diferentes, só espero que ninguém leve isso por mal! :3
      O Valter, como deve imaginar, é daqueles sérios que come planta o dia inteiro e depois ela cai da boca geralmente nesse género de situação estúpida kkk

      Aqui Pokémon Go já foi á algum tempo, acho que foi em 15 de Julho, como já passou algum tempo a febre começa a passar mas ainda existe bastantes jogadores!
      Eu estou no nível 12 eu acho, eu não jogo muito porque não tenho o meu coiso compatível para o jogo e costumo jogar no do meu irmão, mas quando saímos de casa juntos eu fico encarregada de ''jogar por ele''. kkk
      Eu tenho um Gym e um montão de Pokestops muito perto de casa, por isso é preguiça de andar, mas eu prefiro ficar a desenhar ou a escrever do que estar jogando.

      Excluir
  3. Canas, ótimo cáp, e bem, pequena reflexão de religião bem bacana, como comentaram acima.

    Sinceramente, o pior é que realmente como disse Shiny Reshiram, pessoas que vão a Igreja apenas por mero capricho, sem nenhuma fé ou convicção formada por si própria. E como ela disse, existem em várias locações um certo preconceito ou temor a certas religiões, o que é meio estranho, pois em qualquer lugar que se vá, somos ensinados a respeitar à todos, mas pode-se ver que se você tem essas diferenças de convicção,as pessoas podem te olhar como um doido ou algo assim. E no final, você, para os olhos da sociedade, ia ser considerado diferente e estranho, é tipo aqueles casos onde todos da sala de aula vão para uma procissão e só fica você.

    Realmente foi um ato legal de colocar personagens não religiosos respeitando a fé daquele que acredita em algum Deus/Entidade.

    Bem, o capítulo foi bem bacana, com a reaparição de Ika e Uko, este último que por algum motivo ficou jogando Hal no sofá (?). Mas uma parte que gostei muito foi o jeito da Kai com a Mili, é quase como se ela fosse uma namorada ciumenta. E cara, ri https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjt3pXLpKvOAhUJx5AKHfPgAjEQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Frevistagloborural.globo.com%2FGloboRural%2F0%2C6993%2CEEC1691368-1486-12%2C00.html&psig=AFQjCNHuOqnZwXRazMKFq_-jv3YorDtO2A&ust=1470521208347357 como o fato de tu colocar aquele gif depois daquela frase.

    Bem, é só e té mais!

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    1. Você disse http://globorural.globo.com/edic/277/balaio_12.jpg ?

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    2. Sim, man, eu disse! É http://globorural.globo.com/edic/277/balaio_12.jpg mano!

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    3. Nossa,gostei dessa piada http://globorural.globo.com/edic/277/balaio_12.jpg

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    4. Tô de olho nessa zuera aí, hein! kkkkkkkkk Donnel vai começar a assinar seus comentários com "Master os Pacas" Huehuehuehue :v

      Achei interessante que a maioria comentou sobre esse aspecto religioso, Sir! Engraçado, era para ser uma coisa tão discreta, foi um único parágrafo onde compartilhei alguns pensamentos que me acompanharam durante toda a infância e como vi pessoas reagirem à minha religião ou como eu mesmo reagi à religião do próximo. Não é algo que sei discutir muito bem, deixo isso para nosso amigo Jean Marcos, mas fico contente que todos de certa forma tenham absorvida algo de um capítulo que também foi muito especial para mim.

      Eu estou impressionado com o fato de sempre que eu escrevo algo para Ohana Dreams as palavras simplesmente fluem, a experiência para mim está sendo muito gratificante e estou podendo falar de diversos assuntos que eu sempre quis tratar em meus livros, com leveza, delicadeza, e um pouquinho da magia do Mundo Pokémon. Vou ver se nos próximos capítulos trago algumas criaturas novas pra trazer o foco para ação e aventuras, e já separei algo especial para Bruxish e a forma alternativa do Exeggutor pescoçudo kkk

      Ah, cara, esse gif era minha arma secreta e já estava planejado desde o capítulo passado quando não consegui inseri-lo! kkkk Essas duas são demais, não é a primeira vez que trabalho com um casal de homossexuais, mas está sendo uma novidade elas serem praticamente as protagonistas. Bem, vamos ver o que mais aprendo com essa fanfic! As experiências nunca terminam.

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    5. Master of Pacas não

      Master of http://globorural.globo.com/edic/277/balaio_12.jpg

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    6. As pacas só não superaram as capivaras no meu quesito de animais mais maneiros que existem, mas estão chegando perto kkkk

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  4. MEU PAI DO CÉU!

    "— Só que o dele é diferente...
    — Não foi isso que você disse noite passada."
    CANAS SE BASEOU EM MIM E DORIS, SÓ PODE! E AQUELE GIF? PELOAMORVEI, QUASE ME JOGUEI NO CHÃO DE TANTO RIR!
    Eu adorei o que fez nesse capítulo Canas ( ͡° ͜ʖ ͡°)
    Está ficando cada vez melhor ( ͡° ͜ʖ ͡°) HAUAHAUAHHAUSADJA
    Espero pelo próximo! Cyao!

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    1. Você vai adorar o próximo, White! As safadezas continuam entre essas duas e chegam à um nível surreal ( ͡° ͜ʖ ͡°) kkkkkkkkkkkkk Poxa, preciso achar mais oportunidades de colocar gifs nos capítulos, isso me traz memórias do Talk Show das Ilhas Laranja que todo mundo adorava! Preciso fazer os leitores rirem e se divertirem agora, porque no final quero ver só lágrimas :') kkkkkk Valeu pela presença, White!

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  5. Hey Canas!

    Eu adoro cada vez mais esta simples história e a forma como ela retrata tantos assuntos da nossa sociedade de uma forma bem sublime!
    Primeiro, temos a relação entre as duas amigas, que eu adorava que acabassem juntas, sou sincero. Esse Dylan parece ser bem simpático e carinhoso mas... eu acho mesmo que entre as duas, não é só uma amizade...
    Em segundo lugar, adorei o reaparecimento desses dois loucos! Sem dúvida que trazem animação para a história e mexem com todos os outros que estão presentes! Belas personagens!
    E belo retrato da religião no mundo Pokémon! É perfeitamente realista, comparando com o nosso mundo, que hajam pessoas que acreditem em Deus, neste caso Arceus, ou não! Gostei da exploração desse tema!

    Irei continuar a ler!

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    1. Pô Angie, fico feliz que você também goste dessa sensação do dia a dia em minhas histórias, por trás de toda essa trama de aventura e Pokémon eu tento sempre mostrar um pouquinho mais sobre a vida como ela é!

      Enquanto eu criava Ohana Dreams, admito que cada vez mais eu queria fazer essas duas terminarem juntas :3 Espero que você se surpreenda com o final! Eu lembro que quando apresentei a capa de Ohana Dreams, todo mundo pensou que o Ika e o Uko fossem os vilões da história haha As aparências enganam.

      Alola é uma região maravilhosa, eu amo esse clima tropical na escrita e foi um deleite poder trabalhar esses 12 capítulos. Grande abraço!

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